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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sabado no Cemitério



É... Passei algumas horas do meu sábado no cemitério. Mas já fui muito ligada nesse negocio de cemitério. Sério, teve uma época na minha vida, quando eu tinha meus 11, 12 anos, que eu ia todos os dias lá, tinha meus “mortos” preferidos, aqueles que eu conversava mesmo, que insana, ou não!

Tinha um, alias ainda tem porque o tumulo continua la, com a mesma foto, no mesmo lugar, o moço morreu em 1957, mas como morreu jovem a foto que está la é de um jovem, e confesso que conversei muito com aquela foto. Lavei seu tumulo diversas vezes também, pode-se dizer que era uma amizade bonita, entre eu e a foto.

Tinha um tumulo do palhacinho do circo que eu achava fofinho, então eu sempre ia nele também, conversar um pouquinho. Tinha um que a gente podia entrar dentro, as pessoas escreviam, faziam pedidos, a parede era toda escrita, eu sentava lá dentro e ficava lendo os mais inimagináveis pedidos e coisas escritas por todo o lugar. Era sinistro, mas eu curtia, tentava entender, queria entender, ainda quero.

Mas o que eu mais gostava de fazer era falar com a foto da minha avó, lavar o tumulo dela todos os dias, olhar para aquela carinha tão linda e contar o que se passava comigo. Queria muito que ela estivesse aqui, principalmente hoje, queria uma avó, alguém em quem eu pudesse confiar e que se importasse comigo a ponto de me ouvir...(foco vivi, foco!)

Mas sábado fui com meus pais, irmã, sobrinho e minha Manú, que nunca havia entrado em um cemitério, nem na morte do outro avô dela. E ela estava muito ansiosa por encontrar o túmulo dele.

Primeiro encontrei o da minha avó, que agora está junto o meu tio, minha tia caprichou, reformou, fez tudo em granito, colocou uma foto dele tão sorridente, como eu me lembro dele(pena q ficou algo sem dizer).

Depois vi o moço de 1957, nem disse oi, só olhei, não quis parecer mais louca do que já pareço.

Fui na administração e perguntei onde estaria enterrado o “cabo João”, eita, esse avôzinho da Manú já foi muito temido em Rio das Pedras. Ele me mandou na quadra 2 numero 1300, mas pela direção que ele indicou e ainda tentou ajudar a achar, se eu não tivesse usado meus instintos estaria procurando ate hoje...rs

Ela sentou do ladinho da foto e ficou um tempo. Foi até um pouco difícil tirá-la de lá. E sei lá o que se passou pela sua cabecinha, então deixei um pouco mais.

Sei que pra mim o cemitério é um lugar muito intrigante, mas de paz, sinto boas vibrações quando entro nele.

Bom só entrei no de Rio das Pedras até hoje.

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